quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Olhar de Nós Mesmos

Há um tempo atrás escrevi um extenso post sobre Wim Wenders e seu filme "A Identidade de Nós Mesmos". Ontem comecei a ver o doc "Tokyo Ga", uma viagem de Wenders a Tóquio de Yasujiro Ozu. Por coincidência os dois filmes tem algo japona, já que em "A Identidade de Nós Mesmos" o personagem principal é o estilista japonês Yohij Yamamoto. 

A narração de Wenders, em qualquer um de seus filmes, é afrodisíaca. Seu olhar existencial e sua voz calma e madura aos poucos vão construindo um novo olhar dentro daqueles que veem seus filmes. 
Asiáticos sempre foram conhecidos por sua introspecção, disciplina, tradicionalismos e uma "secura" no tratamento, principalmente para nós brasileiros que ao ver um conhecido nos jogamos em seus braços com um bom e alto "há quanto tempo não te vejo". Para os asiáticos, ou pelo o menos a imagem deles que nos temos, essa vontade de expressar o sentimento seria reprimida a um rápido e cordial baixar a cabeça e voltar.


Win Wenders, assim como Ozu em muito de seus brilhantes filmes, mostra um outro lado asiático, um sorriso escondido, uma gentileza livre, uma alegria atrás da tradição dos cumprimentos e das relações humanas.
Não é fantástico quando temos um olhar sobre algo e outra pessoa ou situação vem e muda completamente a imagem e opinião?
Pelo olhar detalhista e admirável de Wenders é possível, seguido de sua narração então, é ainda mais interessante.

"Tokyo-Ga" começo:



O começo de "A Identidade de Nós Mesmos":






Comercial para as câmeras Leica:


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