quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Let's play the blame game

O último CD do Kanye West "My Beautiful Dark Fantasy", foi, sem sombra de dúvidas, o disco que mais escutei nesse 2011. Nunca prestei atenção nele, mas de uns tempos pra cá, na verdade depois de ouvir "Runaway"  foi indo, foi indo, até que Kanye é oficialmente a trilha sonora no tempo que fiquei em NYC. Até porque o som dele tem muita haver coma cidade,parece o som das ruas em determinados bairros.

Ele tá longe de ser o mais do mesmo no mundo do hip hop.. Snoop, 50 Cent, Akon (argh), TI são todos iguais, embora eu curta bem o Snoop Dogg, mas o Kanye vai além, tem uma personalidade nele que transborda em todas as suas músicas. Kanye é preto no branco, é pá pum, é Taylor, Imma let you finish (shut up white chick).  Uma ânsia de dizer ao mundo o que realmente são as coisas, e dizer na tua cara, bem no meio da tua fuça o que incomoda você em você mesmo. 
A cara do Kanye também é por ai.. traços largos, marcados, a boca faz um bicão de quem tá sempre puto. Mas no meio dessa sinceridade violenta tem um cara que faz um recorte musical incrível! Digo recorte porque se parar para ver a autoria das músicas, tem um monte de gente envolvida e até trechos de canções passadas de outras bandas, mas assim como Tarantino que faz um grande recorte em seus filmes, Kanye também tem seu valor em exergar a frente do seu tempo.



Apesar de achar ele foda, acredito que não seja uma pessoa fácil de lidar. Tem cara de ser mega temperamental, egocêntrico.. mas geralmente é assim, os gênios são sempre pertubados. 



Porém foi nos vídeos que eu realmente fiquei conquistada, cada clip é a legitimidade da música, tipo, a sensação que a música passa encaixa perfeitamente no que você vê no vídeo! 
Posso citar vários, mas com certeza o projeto mais ousada foi o filme de "Runaway". Trinta minutos com as músicas do "Dark Fantasy" contando a história de uma fênix que cai do céu e ele se apaixona por ela. Trabalho de primeira qualidade, câmera, textura, a própria menina que faz a fênix muito bem caracterizada, muito bom mesmo. É no mundo de Kanye que os empregados são brancos e os patrões negros.








Antes de lançar o "Dark Fantasy" ele lançou o vídeo de Power para meio que fazer uma chamada para o álbum. Não precisa de descrição, tem que ver!! O diretor é Marco Brambilla.






"Paranoid" fala, literalmente, sobre a paranóia. Paranóia da vida, da mente, daqueles pensamentos antes de dormir sobre o que tem que ser feito e você não faz.





Flashing Lights... o tutorial mais sex de como matar seu ex. (6)




E Hell of a Life, que infelizmente não tem clipe, mas tem uma letra sensacional: Kanye se apaixona por uma atriz pornô e conta na música como iria ser a vida deles. O casamento no banheiro, a lua de meu na pista de dança e o divórcio no final da noite. Mas o melhor parte é quando ele pergunta: E como você pode dizer que a vida deles é errada, se nem nunca transou com a lua acesa? TRAU. epic.



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A procura da idade perfeita

O que é ter 20 e poucos anos? 

No auge dos meus 23, uma coisa posso dizer, não é fácil. Principalmente se você não é como seus amigos "everyday I'm party'in" e vê que os anos estão chegando e você ali, indecisa, ainda sonhadora, com um pouco mais de pé no chão, mas ainda sem dinheiro suficiente para caminhar sozinha... Ter 20 e poucos é já ter a pressão do mundo adulto, visto pelo mercado de trabalho como adolescente e visto como uma criança pela família (isso eternamente, agora dá um vacilo... lembram que você já tem mais de vinte rapidinho). 
Aquela imortalidade da adolescência já foi, você sabe muito bem que o tempo passa e que, diferente da ilustríssima música do Fábio Jr, tem muitas novidades que você não cansou de saber, simplesmente porque você não sabe.

Achei esse texto em um fórum de games (OI?), um texto que tinha tudo para ser jogado no power point com fotos de jovens católicos e música do Kenny G, mas não é que eu gostei de algumas passagens? E admito, me identifiquei #prontofalei Admito também que tirei algumas parte, muito emo.com/chorameliga
Como eu sou descolada vou colocar uma foto que muito representa, principalmente para nós mulheres, aquela barriguinha de 20 e poucos anos. Aauhauhauh 




É quando você para de sair com a galera e começa a perceber muitas coisas sobre você que você mesmo não conhece e pode não gostar disso. Você começa a sentir inseguro e pensar onde você vai estar daqui alguns anos, mas de repente se sente inseguro porque você mal sabe onde está agora. Você começa a perceber que as pessoas são egoístas e que, talvez, aqueles amigos que você pensou que era tão próximo que não são exatamente as melhores pessoas que você encontrou em seu caminho, e pessoas que você perdeu o contato eram algumas das mais importantes.
O que você não consegue é que eles percebem isso também, e não estão sendo frios, grosseiros ou falsos, mas estão tão confusos quanto você!

Você olha para o seu emprego... e não é nem perto do que você imaginava que estaria fazendo, ou talvez você esteja procurando emprego e percebendo que vai começar do zero e isso pode te assustar. 

De repente, a mudança é sua maior inimiga e você tenta se agarrar ao passado com a vida boa, mas logo percebe que o passado está cada vez mais longe, e não há nada a se fazer a não ser ficar onde está ou caminhar para a frente.

Você tem seu coração quebrado e pensa como alguém que você amava que pode causar tanto estrago em você. Ou você fica deitado na cama e pensa por que você não poderia encontrar alguém decente o suficiente que você queira conhecer melhor.

Ou às vezes que você ama alguém e ama outro alguém também e não se consegue imaginar porque você faz isso, já que você sabe que não é uma má pessoa.

Ficar com alguém por uma noite ou galinhar começam a parecer ridículo. 

Agir como um idiota se torna patético. Você sente as mesmas coisas e enfrenta as mesmas questões de novo e conversa com seus colegas e sobre as mesmas coisas porque você não consegue tomar decisões. 

Você se preocupe sobre empréstimos, dinheiro, o futuro e construir sua própria vida... e enquanto ganhar a corrida seria maravilhoso, neste momento você gostaria apenas de participar. 

O que você não pode perceber é que todos que lêem isso encontram algo em comum. Estamos em uma das melhores e piores épocas da vida, tentando o máximo que podemos acabar com isso.

Tava esperando AQUELA frase de efeito no final né? Quando li também, mas não rolou, até prefiro assim, não curto a linha Paulo Coelho. 

Yasmin é aspirante a cineasta, toda hora quer dar um rumo diferente na vida, tímida (sim), não tem namorado, e muito menos noção da onde vai parar depois dos 20 e poucos anos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Olhar de Nós Mesmos

Há um tempo atrás escrevi um extenso post sobre Wim Wenders e seu filme "A Identidade de Nós Mesmos". Ontem comecei a ver o doc "Tokyo Ga", uma viagem de Wenders a Tóquio de Yasujiro Ozu. Por coincidência os dois filmes tem algo japona, já que em "A Identidade de Nós Mesmos" o personagem principal é o estilista japonês Yohij Yamamoto. 

A narração de Wenders, em qualquer um de seus filmes, é afrodisíaca. Seu olhar existencial e sua voz calma e madura aos poucos vão construindo um novo olhar dentro daqueles que veem seus filmes. 
Asiáticos sempre foram conhecidos por sua introspecção, disciplina, tradicionalismos e uma "secura" no tratamento, principalmente para nós brasileiros que ao ver um conhecido nos jogamos em seus braços com um bom e alto "há quanto tempo não te vejo". Para os asiáticos, ou pelo o menos a imagem deles que nos temos, essa vontade de expressar o sentimento seria reprimida a um rápido e cordial baixar a cabeça e voltar.


Win Wenders, assim como Ozu em muito de seus brilhantes filmes, mostra um outro lado asiático, um sorriso escondido, uma gentileza livre, uma alegria atrás da tradição dos cumprimentos e das relações humanas.
Não é fantástico quando temos um olhar sobre algo e outra pessoa ou situação vem e muda completamente a imagem e opinião?
Pelo olhar detalhista e admirável de Wenders é possível, seguido de sua narração então, é ainda mais interessante.

"Tokyo-Ga" começo:



O começo de "A Identidade de Nós Mesmos":






Comercial para as câmeras Leica:


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Entre monstros e moçinhos

Outro dia fui a papelaria e ao esperar por uma impressão me debrucei no balcão de vidro. Depois de um tempinho percorrendo os olhos pelo lugar olhei para baixo e vi que estava apoiada em vários papéis. Anúncios, ditados, pensamentos, desenhos, etc. Em uma das folhas estava um papel retangular pequeno escrito: "Como matar um político". Tinha alguns desenhos, algo com humor, mas agora não me lembro bem. Quando vi aquilo eu pensei, "políticos.. o que de tão diferente eles tem de nós?". 

Cara, toda vez que se fala em político aqui no Brasil fala-se de uma forma como se o político nascesse de chocadeira, tivesse vindo do espaço ou então brotado da terra, qualquer uma dessas opções, só para se tornar político. O que o povo esquece é que político vem ao mundo da mesma forma que você veio, e "pior", ele cresce entre nós da mesma forma, só que quando adulto se torna político. Então porque precisamos de uma cartilha para matá-lo como propunha o papel no vidro? Mata-se ele da mesma forma que você morreria. O brasileiro reclama muito, mas não está nem ai para o que acontece ou deixa de acontecer na política do seu país, não só na legislativa, social, mas do seu dia-a-dia. Trocamos voto por benefícios, colocamos parentes em cargos do governo, não temos memória quanto aqueles que estão pedindo o seu voto e quando o assunto é política não tem nem noção do nome do Governador do seu Estado.



Eu não estou aqui defendendo político, de forma alguma, mas me preocupa essa visão de contos de fadas onde existe o mal (os políticos) e o bem (nós, cidadões), onde as coisas se justificam porque há alguém malvado querendo poder e tentando arruinar a vida dos bons, sabe?  
No caso dos políticos esse "mal" sai de dentro do "bem", porque eles nada mais são que pessoas como nós, e se nós somos bons então um dia eles já foram, é nesse ponto que eu queria chegar.

O negócio é que nada na vida é por si só, sozinho, aconteceu por um só meio, tudo está interligado. O político nada mais que o reflexo do brasileiro, do meio em que ele vive, dos exemplos que ele teve de quem, também brasileiro, já esteve no poder. Os políticos somos nós.
Na história do mundo se Hitler teve a possibilidade de governar e criar o Nazismo é porque pessoas o apoiaram e permitiram seu poder, se Bush se tornou presidente e ainda foi reeleito é porque votaram nele, se até hoje Sarney está no poder alguém o elegeu. Está tudo ligado, tudo na mesma circunstância, todo mundo na farinha do mesmo saco. Bush, Hitler, Sarney não são enviados do demônio, não, eles são enviados da nossa própria sociedade.



A mudança que tem que ser feita não é verbal é de atitude, é no nosso dia-a-dia, no nosso meio, nos nossos valores, naquilo que a gente quer ver mudar no Brasil e até no mundo. Não é uma tarefa fácil quando se vive em tempos onde a palavra não tem mais valor e o "salve-se quem puder" é lema, mas se não comerçarmos a mudança dentro de nós mesmo, não vamos conseguir mudar o que está fora de nós. 
É como aquela frase do Mahatman Gandhi: "Seja a mudança que você quer ver no mundo".

sábado, 29 de outubro de 2011

Extendida

Finalmente, após sete anos, a Warner Bros lançou O Senhor dos Anéis - Versão Extendida aqui no Brasil. Maior falta de respeito e burrice com quem é fã, levar tanto tempo assim com um mercado bom por aqui... Enfim, o fato é que nas últimas semanas entrei na Terra Média e não sai mais.



Senhor dos Anéis tem tudo grandioso, tanto a história em si e a qualidade da produção, além de ser um belíssimo filme. Mesmo com uns personagens meio mágicos como o Gandalf e até mesmo o Sauron, a história é uma história de homens, você até pensa que na idade média aquilo ali aconteceu mesmo.. A imaginação de Tolkien e a arte de Peter Jackson, juntos, formam um filme que poderia ter sido a história da humanidade, não na realidade, mas no sonho do ser humano. 
Sabe todas essas coisas que você cresce ouvindo, que o homem (no sentido populacional e ao mesmo tempo próximo) tem que, ou melhor, deve ser: honesto, solidário, fiel, tolerante, respeitar o próximo, todas esses traços de personalidade que está no verbal e não na atitude do mundo? Então, na Terra Média os homens de Tolkien eram dotados de todas essas qualidades, mesmo que alguns tenham "caído na escuridão", a maior parte dos personagens são do bem. Senhor dos Anéis é lealdade, amizade, coragem, e o melhor de tudo, bondade. Ver Aragorn ou Éomer, leais, com carater, força e lutando por algo com fervor, você acaba desejando que a história dos homens tivesse sido assim. Porém, por aqui, a gente sabe que o "certo" é uma  coisa, mas passa a vida fazendo outra.






Tolkien era um cara muito letrado, participou de várias Sociedades e durante a guerra, nos horários livres começou seu primeiro livro, escritos do Similarion. Ele era católico fervoroso e bem conservador, acreditava no poder da união, mesmo que fosse algo tão pequeno como um anel. Tolkien acreditava, sim, nos fenômenos ocultos, mas cria, acima deles, na intervenção divina na ordem “natural” das coisas. Ele confiava que os eleitos estão sob a proteção de Deus, o que fica muito claro nas inúmeras situações de “salvação” vividas por Frodo.  Em O Senhor dos Anéis, a moral vai se revelando por meio da ação das pessoas que vão mostrando na prática a maneira correta e a equivocada de agir.




As paisagens são de tirar o fôlego e a vida nos diferentes reinos é perfeitamente reproduzida! Rohan, Minas Tirith, Valfenda, o Condado, tudo feito miniciosamente para parecer o mais real possível. A escolha dos atores também é muito boa. Todos ali encaixaram perfeitamente no personagem, você não sente nenhuma forçassão. 

Mas uma das coisas que me faz mais gostar de Senhor dos Anéis são as mulheres. Assim como nos filmes de Hitchcock as mulheres não são mero objeto de decoração ou esposa de alguém, elas são delas. Arwen e Eowyn são verdadeiras guerreiras, que acreditam e impulsionam os homens. Adoro duas partes da Eowyn: Uma é quando ela mata o Nazgul e o Cavaleiro Negro e ele fala: "Seu tolo, nenhum homem pode me matar" Ai ela tira o capacete da cabeça, saca a espada e fala: "Eu não sou homem" e o mata. 
Tem uma tb, e Rohan, quando Aragorn pergunta o que ela teme e ela diz: "Uma jaula, onde eu tenha que ver meus sonhos e meus desejos passarem por mim e eu não poder alcança-los" É meio mexicano frase de efeito, mas é maneiro:

A cage