terça-feira, 6 de outubro de 2009

When You're Strange

        Se eu levasse em conta toda a vontade que eu estou de escrever esse post, ficaria aqui, parágrafos e parágrafos, tentando explicar o porquê vejo tanta coisa em uma banda só.
        Mas como existe algo, uma coisa, uma pessoa, um elemento (são tantas questões acerca dele que até hj não consegui definir o que é) com o nome de Tempo tenho que resumir ao máximo meu deslumbramento, porque enquanto escrevo o danado tá passando...
        The Doors é nome recorrente no vocabulário. Me serve de exemplo e gosto não só em conversas sobre música ou filmes, mas como comportamento, filosofia, atitude, beleza, movimento psicodélico e, por último mas não menos importante, instinto. Aahh... o instinto. Sabe aquele guardado lá no fundo, aquele que você encobre pelas hipócritas convenções sociais, mas que está ali, latente, pedindo para sair como um urro de um leão ecoando pelo infinito da savana? Doors consegue trazer esse leão, alojado, coitado, a tona! As músicas, a expressão corporal, as cores, os conceitos....
Lembra algumas palavras como existencialismo, cores, sensibilidade, “a flor da pele”, intensidade, hedonismo, puro tesão, desejo, revolta, grito e mais algumas que não me recordo agora, ou por não estar ouvindo, não sinto nesse momento.
        O fato é que no último domingo fui ao cinema ver o documentário When You're Strange do Tom DiCillo. O documentário cobre os 54 meses da banda, sendo que a maioria das imagens é inédita, de gravações realizadas entre 1966 e 1970, apresentando shows, filmes de Jim morrison e Ray manzarek e o making off de estúdio.
        Cara... o documentário é muito bom! Em todos os aspectos!
        Roteiro mesclando a banda com os acontecimentos da época, narração do Jhonny Depp (uiaaa..), edição super bem feita e com efeitos irados acentuando o clima da banda... Adorei! Fui ao cinema achando que iria ver mais do mesmo, ou seja, mais daquelas imagens que estamos cansados de ver dos DVD'S e não são.
        Uma parte que gostei muito, foi quando ele falou "isoladamente" de cada um da banda. Bons conceitos, com imagens idem. Pelo o menos, a mim, apetenceu bastante e foi de encontro com o que penso sobre eles...
        Eu já sabia da discordância do Ray Manzareck com o filme The Doors de Oliver Stone. Segundo ele aquele não era o Jim, nem a banda que estava retratada ali, aquilo era um filme que ia de encontro com o imaginário de Stone, e só o dele. Ele falou isso publicamente várias vezes, e com esse documentário ele retoma sua posição, mas diz que esse (o do DiCillo) é verdadeiramente o Doors e uma boa resposta aos desvaneios de Stone.
Concordo que o filme de Stone tenha elementos da sua imaginação, mas a interpretação de Val Kilmer é explendida e as cenas do deserto, de Carmina Burana, dos shows... nossa...
   
        Termino com uma parte de uma música, que me fez cair de amores finalmente por essa banda...

"Before I sink
Into the big sleep
I want to hear
I want to hear
The scream of the butterfly..."
        Me apaixono, toda vez que escuto, porque uma das coisas mais intensas da vida seria, antes de morrer, conseguir isso da letra, ou seja, ouvir o grito da borboleta...
        Animal tão pequeno, belo e frágil.
        Para ouvir seu grito, tem que ser muito intenso, existencial, admirador das coisas simples da vida...